
Menino de Rua II
Minha casa é a rua
Onde canta hinos de deserto
De uma realidade crua
Ergo minhas mãos em desalento .
O mundo que eu habito , respira:
- Ruídos mecânicos , queixas sentidas
De uma fome que suspira
Em bocas vazias , espelhos de faltas.
Nas entrelinhas desta sobrevida
Há uma choupana sem teto , desbotada
Solo de sol ardente , vida "Severina"
Eu sofro --- O corpo padece
Minh'alma no chão se estremece
Sem apego de aragem de um coração .
Ana Maria Marques