Gosto de exercitar o ato de escrever . Pois , além da leitura que faço de mim , leio o social que me incomoda e me chama atenção .
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Menino de Rua
Menino de Rua II
Minha casa é a rua
Onde canta hinos de deserto
De uma realidade crua
Ergo minhas mãos em desalento .
O mundo que eu habito , respira:
- Ruídos mecânicos , queixas sentidas
De uma fome que suspira
Em bocas vazias , espelhos de faltas.
Nas entrelinhas desta sobrevida
Há uma choupana sem teto , desbotada
Solo de sol ardente , vida "Severina"
Eu sofro --- O corpo padece
Minh'alma no chão se estremece
Sem apego de aragem de um coração .
Ana Maria Marques
terça-feira, 13 de julho de 2010
O Mundo não é Perfeito
Por mais que eu me surpreenda
Não sei sair da minha simplicicidade
Da minha planicidade
Da minha reles vida.
Amanheço todos os dias
Num mundo imperfeito
Em telhados de violência
Como um fósforo a arder
Queimo meu olhar
Em tapete de indiferença de viver .
Será que devo aceitar ?
Que o mundo não é perfeito ?
Ana Maria Marques
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Sinceridade & Educação
Falando com sinceridade
nenhum mortal pode atingir o limite da felicidade
Com um mundo cheio de exclusão
Sem poder dividir o pão.
Brota da minha solidão
Um desejo forte , um só ! Um povo sem esmolas !
De uma sociedade mais justa , sem exclusão
Com mais trabalho , educação , saúde e mais escolas.
Todas as crianças
As ricas , as faveladas
Normais e especiais
Juntas , entoando uma só ritmo , uma só canção !
Ana Maria Marques
11/07/10
O Recomeço
Em meio de tanta destruição
Além dos sentimentos de dor
Revolta , desespero e emoção
Solidariedade , é grito de clamor.
Parece um contra-senso
Sol vira alento para famílias
do Nordeste , um descanso
Verificar o que sobrou nas residências.
Águas baixam , reconstrução começa
Plantão para receber doações
Tanta chuva ! Não tem quem mereça.
Depois da tempestade ,
o recomeço
Corrente solidária não tem preço !
Ana Maria Marques
23-06-10
Ser especial !
Essa sociedade que diz ser normal
Tem que ouvir o que eu quero falar
O ser especial não é um anormal
Ele merece respeito , parceria e amar.
Por ser uma abelhinha da inclusão
Eu não tenho medo de gritar mais forte
Do meu cantar tem que fluir uma solução
Numa linguagem de um mundo menos indiferente.
Quero que as diferenças
Já não existam mais
Arrebentando o cais dos estigmas.
Não peço favor
Quero que me escutem !
Por fim , eles têm direitos e são filhos do amor.
Ana Maria marques
18/05/10
Por um pão velho
Ele está na calçada
O céu é seu telhado , o chão é o seu lar
Seu canto é uma porta fechada
Vive buscando um carinho de um olhar.
Meio ao trânsito e barulho
Seu rosto não transmite alegria
Mendiga por um pão velho
Em mesa sem moradia.
E na rotina da exclusão
Seu ser embarca
Em homens sem coração.
Vamos nos vestir de solidariedade
O mais importante na vida é ajudar um irmão
Sem ter preconceitos , muita fé e oração.
Ana Maria Marques
18/05/10
Poesia Vencedora na Comunidade "Pequenos Grandes Poetas "
Mulher Multifaces
Marias , Zefinhas , Severinas ..
Fortes , dignas , guerreiras , multifaces , nordestinas..
Pés rachados , maltratados , calejados pelo chão
De sol a sol , divide o alimento no sertão .
Entre galhos secos , olha o céu , reza uma oração
Pede ao padim Padre Cicero : Coragem em louvação
Bendita Seja ! Você é um tronco de multiplicidade
Ser florido de cactos , húmus de brasilidade.
Não sabe vestir-se de rosas
Vai para à luta
Entre xique-xiques sem sombras.
No teu jardim não brota o compromisso
Um olhar de respeito mais preciso
Dos homens do "Poder" , só politicagem !
Ana Maria Marques
junho/10
PINGUINHO DE CHUVA
Chão seco
Terra batida
Animais ao chão
Panela vazia
Vida de sufoco.
Caminhante
entre galhos retorcidos
carregando um corpo
calejado
sobre a terra do sol
És um homem marcado
pronto para o consumo
de um predador.
Peço a Deus
um pinguinho de chuva
para aliviar o sofrimento
Da terra possa brotar
um galhinho de mato verde
De esperança
para sonhar.
Ana Maria Marques
19/11/09
DEZEMBRO
É verão , gente alegre , sorridente
Correria de festas , bolas e papais-noéis
Presentes nas árvores , chama resplandecente
Natal colorido , luzes , caixas e papéis.
No Brasil , dezembro é mês de calor
Não é tão importante , enfeites , casa pintada
O povo clama mais união e amor
Sonho realizado , vida iluminada.
Em dezembro , eu peço a Deus
Mais justiça , mais igualdade
Ajuda aos necessitados , mais solidariedade
Eu queria um Natal mais ameno
Gente sem sofrer e mendigar
Noite mais cristã , irmandade de jesus nazareno.
Ana Maria Marques
19/11/09
SENTINDO A DOR ALHEIA
Não posso me acostumar
Com esse mundo desigual , miséria profana
Povo , sobrevivendo de improviso , sem reclamar
Falta-lhes uma política digna .. vida insana
Viver na sarjeta .... não é opção
Apesar dos esgotos , dessa pobreza
Eles merecem respeito e compaixão
Caminhar de olhos vendados , é mesquinheza
É , tanta tristeza que , hoje , vejo ;
Um dia , há de passar
Vou colocar meus pés no chão
Pois , igualdade entre homens , eu almejo
O povo desse país , não merece sobejo
Viver esticando o braço , sem gratidão .
Ana Maria Marques
15/07/09
ESTAÇÃO DE JESUS CRISTO........NO SERTÃO
No meu sertão árduo e árido
Não conheço outras estações
Aqui reina um verão quente e sofrido
Gente forte em fé , sem ilusões
Flores aqui é coisa rara e diferente ,
Dum solo infecundo , vemos:
Cactos, , palmas , xique-xiques ,
mandacaru , aveloz...
A seca vem secando toda gente
Deixa essa terra seca e sem vida
Faz do sertanejo um pouco indigente
Numa vida de penúria , insana e sofrida
Uma vida 'SEVERINA'
Nosso inverno é só de emoção e intensidade
Em meio uma cidade de pedras no agreste..
Renasce uma nova estação..um tanto eloquente
É a estação da Paixão de Cristo...
Pra salvar os verões desse povo de fé e dignidade !
Ana Maria Marques
quarta-feira, 7 de julho de 2010
QUANDO O SERTÃO VIRAR MAR
Terra batida
Solo seco e rachado
O sertanejo vive ameaçado
Em oração :
Dos olhos , caem lágrimas
De um viver sem gratidão
Desse lacrimar :
um mar de promessa
desde Antônio Conselheiro
"O sertão vai virar mar"
Navega sua sobrevivência
Povo forte !
Do suor de seu corpo
Abre-se na flor do mandacaru
Espelhando um viver ,
para sonhar....
Ana Maria Marques
Julho/09
ASAS DA IGUALDADE
Criança...
Tem que ter um nome
Um lugar pra morar
Não pode passar fome
Tem que ter saúde , segurança e estudar
Toda criança..é diferente
Tem que ser amada e respeitada
Viver sem gente indecente
E sem gaiolas de vida
Não importa sua cor
Se é dita normal ou especial
Toda ela merece amor
Pobre ou rica..é instrumento de educação
Pode ser Autista ou Dow...
Não é pra ser vista...diferente
Ela tem direitos ...como toda 'gente'
E o mundo ..não pode ser indiferente..
Definindo meus sentimentos
Às vezes me sinto criança...
Vivendo em ambiente de pássaros
Sonhando em igualdade e batendo voo
Ana Maria Marques
12/03/09
GRITO PRA VIDA
Me fiz um menino de rua
Minha casa não tem teto
Não tenho aconchego de mãe , vida nua
Meus companheiros ,
Indiferença , Fome
Drogas , Prostituição
Uma miséria constante , me consome..
Queria ter um teto
E nele morasse o amor e a união
Queria uma mãe ..e ter sustento..
Cantando esse verso de dor
Sinto-me vítima da exclusão
Não nasci trombadinha , meu senhor !
Minha vida é pranto ..só !
Não quero ouro nem poder
Queria me sentir ,..gente , enfim
Vocês não podem entender
Viver na rua sem nada merecer
Me revolto com esse mundo
De incompetentes poderes
Vivo num eterno desmando
E me tornei ...mais um culpado !
De quem é a culpa?
Ana Maria Marques
10/03/09
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